Atividade de Gabriel Bastos

Eu amo New Metal

Deftones, a banda que revolucionou o New Metal >_<

Oops Woopsie! Algo deu ruim!

Permita-me, ainda que por um instante, deixar de lado o verniz discreto da modéstia e entregar-me, por inteiro e sem reservas, ao impulso quase patológico de declarar — com a intensidade de mil sóis colapsando num abraço gravitacional — o quão absolutamente, completamente, irremediavelmente apaixonado eu sou por Deftones. Sim, Deftones. Aquela entidade sonora que transcende a mera definição de “banda” e assume proporções quase metafísicas, etéreas, inebriantes, como se fosse uma divindade moderna vestida de guitarras distorcidas e atmosferas líquidas, fluídas, vaporosas, que escorrem pela espinha dorsal da existência. Eu não gosto de Deftones. Não. Isso seria uma ofensa, um insulto à profundidade do que sinto. Isso seria reduzir o oceano à gota, a tempestade ao respingo, o universo ao átomo. Eu amo Deftones com uma devoção quase religiosa, com uma fé cega que não precisa de comprovação racional, pois se apoia inteiramente no tato existencial do sentir. E esse sentir — ah, esse sentir! — não é pouco, não é trivial. É tudo. É o indizível manifestado em camadas de som que flutuam entre o brutal e o sublime. É o caos delicado. O grito sussurrado. A catarse que não pede licença. É arte na sua forma mais febril, mais carnal, mais transcendente.Cada vez que o vocal de Chino Moreno penetra meus ouvidos, ele não apenas canta — ele encarna o sofrimento sutil do que é belo demais para o mundo. Há algo em sua voz — algo tênue, quebradiço, pungente — que me atravessa como uma lâmina banhada em melancolia. Ele não emite notas: ele verte sentimentos, derrama emoções como se estivesse cuspindo fragmentos da própria alma. Sussurra como quem confessa um segredo, grita como quem implode por dentro. É uma dualidade de forças, um yin-yang sonoro que ressoa com as cavidades mais ocultas do meu ser. Escutá-lo é como assistir ao pôr do sol em pleno colapso nervoso. É bonito. É triste. É necessário.E não me faça sequer começar a falar da guitarra de Stephen Carpenter, porque aí eu realmente perco o eixo, me dissolvo, me evanesço. O peso de seus riffs não é apenas físico, não se limita a vibrações auditivas — ele reverbera no âmago do ser, como se tivesse sido forjado com o chumbo da angústia e a prata dos sonhos. A guitarra em Deftones não é só instrumento: é linguagem, é ritual, é feitiçaria. Cada nota ressoa como um poema de Baudelaire recitado em meio a um terremoto. É o sublime e o grotesco de mãos dadas, girando em espiral no meio do vazio.E então vem Abe Cunningham com sua bateria que não bate — invoca. Seus toques são compassos de uma marcha cerimonial para tudo aquilo que nunca conseguimos verbalizar. É como se cada batida dissesse: “Eu também senti isso. Eu também me perdi.” E o baixo — mon Dieu, o baixo! — pulsa como um coração exposto, latejando com a cadência de quem sabe que está vivo, mas não tem certeza se deveria estar.Ouvir Deftones é, para mim, uma experiência sinestésica, sincrética, quase xamânica. Eu não escuto com os ouvidos — eu escuto com o peito, com a pele, com a memória, com as falhas da minha identidade. É como se cada faixa fosse uma espécie de espelho translúcido onde vislumbro partes de mim que sequer sabia que existiam — partes belas, partes feias, partes frágeis, todas amarradas por uma melodia que não julga, não condena, apenas acolhe.Não é à toa que eu volto a eles, sempre. Volto como quem retorna a um lar não físico, mas emocional. Volto como quem reabre uma ferida que dói, mas que, paradoxalmente, conforta. Deftones me entende. E quando ninguém entende, eles estão lá. Eles me atravessam. Me reconstroem. Me fazem sentir menos só em meio ao torvelinho barulhento da vida cotidiana. Deftones é o santuário onde minha melancolia dança. É o fundo do poço onde ecoa uma voz dizendo: “Continue.”E sim, eu sei que posso estar exagerando. Eu sei. Mas quer saber? Eu quero exagerar. Porque não há como amar Deftones de maneira comedida, racional, minimalista. Este amor exige desmedida. Ele exige floritura, drama, lágrima, intensidade. Ele exige tudo — porque ele é tudo. Eu amo Deftones com uma intensidade barroca, com um romantismo trágico, com uma devoção que beira o delírio. E se amar demais for um crime, então que eu seja condenado pela eternidade, com “Minerva” tocando ao fundo enquanto abraço minha sentença.Enfim — amo. Amo como quem respira, como quem sangra, como quem sonha. E assim sigo, eternamente tocado, eternamente marcado, eternamente Deftonesiano.

Minhas três musicas favoritas do Deftones

  1. Deftones - Dai The Flu
  2. Deftones - CMND/CTRL
  3. Deftones - When Girls Telephone Boys